segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A volta para casa...

Não teve jeito... esse cliente era perto da rodoviária... eu pedi para sair mais cedo na 4ª feira, para pegar o ônibus de 18:50hs. Eu sai 18hs e o táxi não passava, quando passou o trânsito não andava, que desespero. Graças a Deus cheguei no limite, o motorista já estava na direção do ônibus saindo com o ônibus... a viagem foi puro desespero... eu chorava, e o pessoal do meu lado olhava sem saber pq eu estava tão desesperada. Liguei para os meus pais falando que eu estava chegando... naquela madrugada não consegui dormir. Na manhã do dia seguinte, no feriado não agüentei, nunca tinha feito isto, deitei no colo da minha mãe na sala e pedi ajuda. Eu não agüentava mais, eu não entendia pq a doença tinha que se manifestar naquele momento. Pq não antes??? Eu precisava me tratar para ficar boa e voltar para São Paulo mais controlada, fazendo o tratamento lá, sem perder a oportunidade que surgiu em minha vida...
Nem lembro a reação da minha mãe, eu estava tão fora de mim, só sabia que não estava bem, estava com medo, desesperada, e eu estava tão mal que estava pedindo ajuda.
No dia seguinte minha mãe tentou marcar consulta com o psiquiatra que eu tinha ido inicialmente. Mas foi inútil, ele não tinha horário e a secretária barrou para ele me atender... a mãe da minha grande amiga da minha cidade, a pastel, a mãe dela é medica, e ela nos indicou outra médica psiquiatra. Fui na médica na 6ª, mas vendo a minha situação naquele momento, ela chegou a conclusão que era depressão, e me deu medicamentos que se eu tivesse continuado a usar talvez eu não estaria aqui... neste momento eu me sentia mais culpada, pq a consulta dessa medica era particular, semanal e muito cara... meus pais teriam que vender tudo que tínhamos para me tratar... isso me deixava mais triste e desesperada. Vendo meus pais conversarem como seria a vida agora, como iriam controlar para fazer meu tratamento, de onde iriam arrumar o dinheiro imediato que a medica queria. Fiquei com mais raiva da médica pq ela me aconselhou a largar o emprego...
Ao saber disso, aquela amiga da minha mãe que tinha detectado o problema primeiro, levou ao medico que me encaixou na agenda. Eu nem queria ir nele, revoltada pq ele não me atendeu antes... mas foi Deus que me ajudou, ele era do plano de saúde e soube me tratar. Lembro dele falando, tem que para de imediato esse remédios, pois eles vão piorar ainda mais sua situação (minha mãe acabou jogando os remédios no lixo). Ele conversou, falou sobre o tratamento, se eu ia fazer corretamente e medicou. Falou que o resultado não seria de imediato, mas era para eu dar sempre notícias para ele. Ele também aconselhou a largar o trabalho em São Paulo, mas quem deveria decidir era eu com meus pais. Meu pai estava mais que definido que eu devia voltar, mas pela primeira vez ele não sabia como me tratar, se chamava a atenção, se não falava nada...
No domingo, eu deveria ter voltado para São Paulo para trabalhar na 2ª, liguei para a empresa e inventei uma desculpa, que só poderia ir na outra semana... eles aceitaram sem problema. Essa 4ª semana pós ida para São Paulo foi definitiva... eu não queria sair, mais ver ninguém, eu não tinha nem forças para pedir para ficar sozinha, simplesmente me trancava no quarto... todo dia minha me perguntava quando eu iria pedir demissão, e eu enrolava, queria voltar, não queria abandonar aquela oportunidade. Até que na sexta-feira minha mãe foi trabalhar de manhã, ao chegar, me deu um ultimato, ou vc volta ou não. Decida agora o que é melhor para vc... e ela falou que eu deveria ficar e me tratar, pois seria pior eu estar longe. Com muita tristeza pedi demissão naquela sexta-feira... ainda lembro que para não dar mais despesa liguei pelo skype, não queria gerar mais encargos para meus pais... eu já estava pesando muito para eles. Só com minha mudança para São Paulo acho que eles gastaram mais de R$1000 para me dar essa oportunidade...

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