segunda-feira, 18 de agosto de 2008

A lembrança de alguns anos atrás... vou escrever melhor sobre isso...

Voltando ao passado, segundo meu médico, eu devia sofrer do transtorno bipolar desde nova, adolescente. Depois de muitas lágrimas derramadas e muito sofrimento, que a doença foi diagnostica. Sou um desses casos em que a doença levou anos para ser diagnosticada e isso fez com que muita coisa fosse perdida durante esse tempo em que a doença desorganizou completamente minha vida. Eu engordei, tive namoros breves e intensos, mas nada que me acrescentou... acho que foram mais de 15 anos tentando melhorar, porém sem sucesso, todos falaram que era depressão, mas nada sério. E meu pai não aceitava terapia, ai piorava o negócio...
Vi a declaração de uma pessoa no site, e concordo com ela, onde diz que “Hoje, posso falar que a doença me trouxe uma consciência que eu não tinha, do quanto estamos sujeitos as leis do nosso corpo e de quanto devemos respeitá-las. Não posso dizer que seja fácil ou um dia tenha sido, a maior parte do tempo estou lutando contra os sintomas, os humores oscilantes, e as coisas que deixei de viver por causa da doença. Mas tento ser otimista, me cuidar e viver uma vida normal, dentro do possível. Sei que cada um de nós, bipolar ou não, tem e terá sua cota de obstáculos nessa vida pra superar, portanto nunca desista e preze pelo seu bem-estar e sua qualidade de vida.”
O difícil para mim ainda é não desistir e prezar pelo meu bem-estar e qualidade de vida e felicidade, realizações, mas estou lutando com apoio de todos para atingir com sucesso o meu objetivo e ficar boa para sempre!!!

A recuperação na Casa do Caminho...

Após esse turbilhão em minha vida, passaram a me tratar como criança. Minha mãe controlava meus remédios, os escondia, não me deixavam sozinha em casa, aliás, sozinha em um ambiente. A empregada acabou virando minha companhia... sair na rua eu não tinha vontade nenhuma, só quando ia no médico e olha lá...
Nos aconselharam a fazer tratamento na Casa do Caminho, não lembro ao certo quem foi, se foi minha mãe que me levou ou se alguém indicou, enfim... eu fui, lembro que na primeira reunião minha mãe teve que me levar a força, parecia que alguma coisa me prendia a cama, eu só dormia. Cheguei na reunião e ai sim, dormir, sabe aquele dormir gostoso, até babei... hehehe... recebi os passes e sai de lá chorando, mas um choro diferente, não sei explicar como. Fiz o tratamento espírita, e a cada reunião, a cada dia eu estava melhor... ai sim eu tinha forças para cuidar de mim, voltar ao computador, escrever algumas mensagens, ler as milhares de mensagens que eu tinha recebido e estavam paradas desde junho...
Depois disso passei a crer muito mais nos espíritos, eles estão sempre dispostos a nos ajudar e com certeza nos recuperam. Nas horas que precisamos eles estão ao nosso lado, e vejo que cabe a nós tentar ajudar outros... mas é tão fácil falar. Agora tento continuar a freqüência , mas sempre tem alguma desculpa para não ir. Da última vez que fui lá na volta eu estava sei lá como, que bati com o carro na entrada da garagem... não preciso nem falar que me senti mais culpada, com consciência pesada e lá vai bolinha...

A tentativa de suicídio...

Comecei o tratamento, passei a tomar remédios muito fortes... foi muito estranho, eu estava ficando lesada, essa era a impressão. Mais depressiva, escondida no meu quarto. Eu não tinha vontade nem de ficar no pc, até lá eu tinha a impressão que todos sabiam o que estava acontecendo comigo... eu comecei a me sentir mais segura, com forças que antes eu não tinha... mas eu via meus pais sofrerem, todos que estavam a minha volta sofrerem, eu que sempre amei muito meu avô e sinto muita falta dele até hoje, pensava que ele estava sofrendo e que ele poderia cuidar melhor de mim, e me ajudar... nem lembro muito como isso aconteceu... mais um desses dias desesperados, sem possibilidade de futuro, eu só pensava naquele momento e no que passou, me sentia uma fracassada, culpada por isso, com medo do que os outros poderiam dizer. Eu achava que se eu morresse eu não ia sofrer mais e também faria com que meus pais parassem de sofrer também... ainda não consegui me recuperar disso, não sabem como me arrependo e choro. Agora o desespero é de culpa por ter feito mais ainda meus pais sofrerem...
Só lembro que peguei todos os remédios que eu tinha, rótulo preto, vermelho, dramim, tudo, tudo, tudo e tomei... foi o tempo de eu chegar para minha mãe e falar que eu tomei uns negócios e cair na cama... depois disso eu não lembro de mais nada... quando fui ver eu estava no CTI do hospital, com carvão na veia e soro e o enfermeiro querendo tirar meu sangue. Logo eu que sempre tive pavor de injeção, tirar sangue, coisas na veia então nem se fala... fiquei sabendo que a amiga da minha mãe foi me visitar, a minha amiga pastel que ficou sabendo pela sua mãe, acho que mãe dela também teve no hospital, mas eu não lembro de nada.... no quarto eu só dormia, acho que ainda era efeito dos remédios. É eu cheguei ao extremo, tentei SUICÍDIO.
Algum tempo depois fiquei sabendo que a amiga da mãe foi lá pra casa desesperada, meus pais e ela me colocaram no carro e me levaram para o hospital. Fizeram uma lavagem do estomago em mim, e meu pai conta que saiu muitos remédios, ele ainda chegou a me perguntou quantos comprimidos eu tomei, e eu falei um número que eu lembrava, e ele falou que saiu muito mais... o maior pânico dos meus pais é que o psiquiatra não pode internar o paciente. Dependeram de chegar uma médica para me internar e ai me mandar para o CTI... não gosto nem de pensar no maior desespero que dei aos meus pais e ai sim preocupação. A partir deste momento minha mãe voltou a acreditar em Deus e voltou a orar e alcançar as graças desejadas, pois ela reza com fé. As vezes tento fazer igual, mas não consigo ainda, pois quando penso em Deus vejo que ele me deu uma 2ª chance e não sei o que fazer com ela... para maior tristeza do meu pai, da qual sou muito ligada, isso tudo aconteceu entre os dias do aniversário dele.
Tenho muita vergonha disso, eu só consegui falar sobre isso com meus pais, e minhas duas amigas. Colegas da minha mãe ficaram sabendo, pq ela é professora, e teve que avisar na escola para ser liberada para ficar comigo... até hoje olho para essas pessoas e de certa forma vejo eles com pena de mim, preocupados e ao mesmo tempo como se tivessem me condenando, afinal como minha amiga disse, eu não tinha motivo para fazer isso. Acho que rolou muita fofoca ai atrás, mas essas graças a Deus não fiquei sabendo... e só para saber amiga, por mais que não tivesse motivo, eu sei, no momento eu não via outra solução, foi a única saída que eu via para resolver minha vida e dos meus pais, fazer com que parássemos de sofrer...

A volta para casa...

Não teve jeito... esse cliente era perto da rodoviária... eu pedi para sair mais cedo na 4ª feira, para pegar o ônibus de 18:50hs. Eu sai 18hs e o táxi não passava, quando passou o trânsito não andava, que desespero. Graças a Deus cheguei no limite, o motorista já estava na direção do ônibus saindo com o ônibus... a viagem foi puro desespero... eu chorava, e o pessoal do meu lado olhava sem saber pq eu estava tão desesperada. Liguei para os meus pais falando que eu estava chegando... naquela madrugada não consegui dormir. Na manhã do dia seguinte, no feriado não agüentei, nunca tinha feito isto, deitei no colo da minha mãe na sala e pedi ajuda. Eu não agüentava mais, eu não entendia pq a doença tinha que se manifestar naquele momento. Pq não antes??? Eu precisava me tratar para ficar boa e voltar para São Paulo mais controlada, fazendo o tratamento lá, sem perder a oportunidade que surgiu em minha vida...
Nem lembro a reação da minha mãe, eu estava tão fora de mim, só sabia que não estava bem, estava com medo, desesperada, e eu estava tão mal que estava pedindo ajuda.
No dia seguinte minha mãe tentou marcar consulta com o psiquiatra que eu tinha ido inicialmente. Mas foi inútil, ele não tinha horário e a secretária barrou para ele me atender... a mãe da minha grande amiga da minha cidade, a pastel, a mãe dela é medica, e ela nos indicou outra médica psiquiatra. Fui na médica na 6ª, mas vendo a minha situação naquele momento, ela chegou a conclusão que era depressão, e me deu medicamentos que se eu tivesse continuado a usar talvez eu não estaria aqui... neste momento eu me sentia mais culpada, pq a consulta dessa medica era particular, semanal e muito cara... meus pais teriam que vender tudo que tínhamos para me tratar... isso me deixava mais triste e desesperada. Vendo meus pais conversarem como seria a vida agora, como iriam controlar para fazer meu tratamento, de onde iriam arrumar o dinheiro imediato que a medica queria. Fiquei com mais raiva da médica pq ela me aconselhou a largar o emprego...
Ao saber disso, aquela amiga da minha mãe que tinha detectado o problema primeiro, levou ao medico que me encaixou na agenda. Eu nem queria ir nele, revoltada pq ele não me atendeu antes... mas foi Deus que me ajudou, ele era do plano de saúde e soube me tratar. Lembro dele falando, tem que para de imediato esse remédios, pois eles vão piorar ainda mais sua situação (minha mãe acabou jogando os remédios no lixo). Ele conversou, falou sobre o tratamento, se eu ia fazer corretamente e medicou. Falou que o resultado não seria de imediato, mas era para eu dar sempre notícias para ele. Ele também aconselhou a largar o trabalho em São Paulo, mas quem deveria decidir era eu com meus pais. Meu pai estava mais que definido que eu devia voltar, mas pela primeira vez ele não sabia como me tratar, se chamava a atenção, se não falava nada...
No domingo, eu deveria ter voltado para São Paulo para trabalhar na 2ª, liguei para a empresa e inventei uma desculpa, que só poderia ir na outra semana... eles aceitaram sem problema. Essa 4ª semana pós ida para São Paulo foi definitiva... eu não queria sair, mais ver ninguém, eu não tinha nem forças para pedir para ficar sozinha, simplesmente me trancava no quarto... todo dia minha me perguntava quando eu iria pedir demissão, e eu enrolava, queria voltar, não queria abandonar aquela oportunidade. Até que na sexta-feira minha mãe foi trabalhar de manhã, ao chegar, me deu um ultimato, ou vc volta ou não. Decida agora o que é melhor para vc... e ela falou que eu deveria ficar e me tratar, pois seria pior eu estar longe. Com muita tristeza pedi demissão naquela sexta-feira... ainda lembro que para não dar mais despesa liguei pelo skype, não queria gerar mais encargos para meus pais... eu já estava pesando muito para eles. Só com minha mudança para São Paulo acho que eles gastaram mais de R$1000 para me dar essa oportunidade...

As 3 semanas em São Paulo...

Até a leitura do livro e na mudança para São Paulo, veio a primeira semana, eu não podia ir para casa. Então fiquei o primeiro final de semana com minha amiga e o marido dela, que também é meu amigo... adorei, fomos ver o show do Gilberto Gil, mas no fundo toda minha vontade era me trancar e chorar, ainda sem saber porque. Eu achava que estando com ela, que sempre foi pra cima, alegre, iria melhorar, e isso não aconteceu... lembro que cheguei a levar o livro para a casa dela e a cada parágrafo que lia me identificava e chorava mais, batia um desespero. Eu escondia, ia para o quarto, banheiro, cozinha, parava de ler para eles não verem... e claro que eu não conseguia esconder, por mais que eu quisesse parecer forte. Os dois me deram um apoio que não teve preço... só tenho a dizer obrigada a vocês, e desculpas pela decepção que gerei... lembro que naquele final de semana, dormi de sábado para domingo com eles. Só consegui dormir a base do vinho, pq senão teria virado mais aquela noite acordada. No sábado sai com meu primo durante o dia, tudo que eu queria era manter meu dia ocupado... naquele momento eu já estava com medo de tudo, pânico de sair sozinha na rua, aliás, ainda estou tratando isso... todo anoitecer era um desespero. Naquele domingo, fiz meus amigos me levarem na casa da minha tia, eu tinha medo de andar sozinha a noite, num domingo, em São Paulo. Depois que fui ver, esse medo não era só lá, era em qualquer lugar depois de anoitecer... a nessa semana, foi dia das mães no domingo, eu me sentia ainda pior por estar longe da minha mãe, aliás, dos meus pais, e ao mesmo tempo sentir falta do colo deles e saber também que eles sofriam preocupados comigo, eles sabiam que eu não estava bem...
Na segunda semana, eu trabalhei normal, mas cada dia que passava eu chorava mais, e cada hora que meus pais me ligavam mais ainda eu chorava. Me magoava ainda mais pq minha tia mandava eu engolir o choro, que isso era coisa de criança. Eu concordava com ela, mas não entendia pq acontecia... então no segundo final de semana minha mãe foi até São Paulo, achando que era saudade, pq com a presença dela eu poderia me sentir melhor, né? Mas eu continuava mal, ela estava na sala conversando e eu ainda tinha vontade de chorar, ficar trancada, o que muito fiz... quando minha mãe foi embora eu achava que meu mundo ia acabar, me dava um desespero, me sentindo sozinha, abandonada, por mais que eu soubesse que não era verdade, assim eu me sentia... minha vontade era desabafar, mas falar o que? Que eu reconhecia que estava doente? Ela ia me fazer largar tudo e isso era o que eu não queria...
Na outra semana (3ª), foi o limite. Quanto mais escuro o ambiente, mais depressiva eu ficava e pensava mais bobeiras, cheguei a pensar em fugir, me matar, sair na rua gritando, largar tudo e xingar todos que estavam em volta. As pessoas eram burras, não entendiam o que eu explicava e eu estava sem paciência. Bem, nessa fase, eu fui encaminhada para trabalhar na Zona Norte, perto da casa da minha amiga, fiquei feliz e triste, como eu disse aquela colega de trabalho falou que eu peguei o lugar com o cliente, que aquele já era cliente dela... neste cliente, o ambiente era fechado, eu tinha que fazer o horário da empresa, sair 6hs de casa e chegar quase 21hs... minha amiga chegou a oferecer de eu ficar na casa dela que era do lado do cliente. Mas eu não quis, já tava com vergonha, medo e me sentia menos protegida na casa dela, pois eu teria que ficar algum tempo sozinha... nesta semana eu trabalhei 2ª, 3ª e 4ª... na 5ª era feriado, e eu já tinha horas extras para tirar, pedi meu gerente para enforcar a 6ª feira. Ele autorizou. Contei a minha amiga e ela me condenou muito por causa disso... mas eu precisava deste momento, acho que já tinha chegado no meu limite... eu só sabia chorar... e sem saber o pq...

No emprego...

No emprego, eu tinha facilidade em aprender as coisas, parecia que eu já tinha domínio daquilo a 1 ano pelo menos... acabei até gerando um mal estar no emprego com uma colega de trabalho, pq ela que já tinha 4 meses de empresa não tinha tanta segurança nos programas como eu, com 15 dias de trabalho. E olha que muita coisa fui autodidata... eu nem tinha percebido isso, foi natural e acabou que essa colega de trabalho foi reclamar com minha amiga. Minha amiga me ligou e saímos para tomar um chocolate (aliás maravilhoso, naquele dia tão frio...), nesse encontro ela me perguntou o que estava acontecendo e eu disse que nada, até que ela me explicou o motivo que tinha me chamado e me alertou para eu ficar mais na minha e respeitar a outra menina que já tinha um tempo de casa e que ficou p da vida comigo... isso tudo na primeira semana... quantos acontecimentos... meu superior chegou a me elogiar, e vi que era sincero. Ele reconhecia que eu me esforçava, e me dedicava a empresa. Que tinha prazer no que fazia... tanto é que dentro dos primeiros 15 dias de trabalho já fui representar a empresa em um cliente. A minha colega de trabalho chegou a comentar que aquele cliente era dela... fiquei muito triste neste momento, afinal, eu achava que trabalhava em equipe e vi que não era bem assim. Eu já estava me considerando amiga dela. Chegou ao ponto de ela fazer minha caveira com os colegas de outra cidade, cidade esta da matriz da empresa que eu trabalhava.
Aliás o dono da empresa me elogiou muito, pois meus testes foram excelentes, ele chegou a comentar que não esperava tanto. Chegaram inclusive a cogitar que a partir de 2008/2009 eu poderia ser gerente, representante da empresa no Rio de Janeiro. Isso me motivava ainda mais a trabalhar e me dedicar ao meu sucesso e da empresa, eu buscava vestir a camisa... mas infelizmente essa parte passou...
No final das contas, tive que pedir demissão do emprego, em função do transtorno bipolar. Meus pais e meu médico me convenceram que eu deveria me tratar e na minha casa, junto com meus pais... lembro que no dia que pedi demissão, por telefone, eu chorava mais do que nunca... eu não sabia nem o que falar, o que alegar... enfim, arrumei uma desculpa e passou...
Tenho certeza que aquela colega no fundo riu de mim, antes ela tinha chegado a comentar que eu não agüentar essa vida, que era melhor eu voltar, e isso me dava mais força para eu lutar....
No dia que fui assinar os papeis da demissão, minha mãe foi comigo, o meu gerente falou, o dia que vc quiser voltar a trabalhar conosco as portas estão abertas, ou se quiser trabalhar em sua cidade é só me falar que escrevo uma carta de recomendação... por mais que eu me sentia mal, naquele momento me senti bem por ouvir isso, e mais mal ainda por ter largado o emprego... só eu sei o quanto eu sofria ao assinar aqueles papéis e sair daquela sala pela última vez.

Aliás, nunca mais tive coragem de procurar essas pessoas, por mais que eu gostasse... até hoje, é medo, vergonha, tantos sentimento inexplicáveis....

O início de tudo...

Uma amiga da minha mãe que tem o mesmo problema, a alertou sobre minhas atitudes... isso era em março, eu já tinha formado, e falava e ir para São Paulo e levar o carro, e mudar de mala e cuia... Ela insistiu muito com minha mãe para me levar ao médico. De tanto ela falar, encher o saco mesmo, marquei uma consulta com um psiquiatra que ela indicou e fui com minha mãe.

Fui contrariada à consulta, e já cheguei falando que eu não era louca, que psiquiatra é médico de louco... ele com muita paciência conversou comigo, quis saber sobre minha vida, meu passado, meu presente. Perguntou minha mãe a posição dela e blá, blá, blá... No final da consulta ele falou que eu tinha transtorno bipolar que o tratamento era com terapia e medicação. Lembro que ele me explicou o que era transtorno bipolar, mas entrou por um ouvido e saiu por outro. Só lembro que quando ele falou de remédio eu falei que não ia tomar pq eu não era louca... lembro até hoje... ele me ‘receitou’ um livro para ler... “Temperamento forte e bipolaridade”, de Diogo Lara.

Entre essa consulta, até eu comprar o livro passaram quase 30 dias... nisso eu já tinha mudado para São Paulo. Levei duas malas lotadas de roupas, uma televisão, isso pq eu ia ficar na casa da minha tia. Exigência do meu pai... custei a conseguir comprar o livro e quando consegui ia enrolando para ler, pois eu estava feliz, mas trabalhava muito. Acordava 6:30hs e chegava em casa 20hs... nos primeiros dias estava tudo ótimo. Eu sentia um pouco mal, mas achava que era saudade, cansaço, que tudo ia passar depois da adaptação. Aquela minha amiga de São Paulo falava que era normal... dia após dia eu ia piorando... parecia que eu ia explodir, meu coração doía, não sei o que era, até hoje não sei. Chorava sem motivo, dormia chorando e acordava chorando. Meus pais ligavam de manhã e eu chorava, cheguei ao ponto de chorar no emprego, e eu estava tão feliz.